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“Conet evidenciou trabalho das entidades em prol do segmento”, diz presidente do Transcares
A primeira edição do ano do Conselho Nacional de Estudos em Transportes, Custos, Tarifas e Mercado – Conet&Intersindical de 2024 foi realizada entre os dias 22 e 23 de fevereiro, nas dependências da subsede da NTC&Logística, em São Paulo, e como de costume o evento técnico da NTC discutiu temas mais factuais com relação direta com o desenvolvimento das atividades do segmento. Mais de 400 pessoas marcaram presença no primeiro encontro oficial da nova gestão da entidade, com a presidência de Eduardo Rebuzzi, e dentre os convidados estavam o presidente do Transcares, Luiz Alberto Teixeira, o superintendente, Mario Natali, além do vice-coordenador da Comjovem-ES, Alexandre Dezin, e de Júlia Sales, membro da comissão.
A programação do Conet contou com a mais recente pesquisa da entidade que revelou que os reajustes no frete não acompanharam os aumentos dos custos, resultando em uma defasagem média de 8,5% no TRC. A instabilidade nos preços dos insumos, como combustível e caminhões, impactou as empresas, demandando uma análise mais aprofundada sobre a remuneração adequada.
O estudo revelou, ainda, que muitos transportadores não recebem componentes tarifários básicos, como o Frete-valor e o GRIS, e quase um terço não recebe as estadias garantidas por Lei. No cenário de 2024, prevê-se estabilidade, oferecendo a oportunidade para os transportadores corrigirem o défict do frete e cobrarem adequadamente por um serviço tão essencial.
Confira aqui o Comunicado CONET de agosto de 2023
O assunto biodiesel foi um dos destaques no encontro nacional. A primeira palestra, “Adição do Biodiesel e seus Impactos no Transporte Rodoviário de Cargas”, foi ministrada pela coordenadora geral de Biodiesel e outros Combustíveis Renováveis do Ministério Minas e Energia, Lorena Mendes de Sousa.
Ela falou sobre a importância do biodiesel para a matriz energética brasileira, segurança energética e seus aspectos, combustíveis energéticos de baixo carbono, além de variáveis que afetam o bom funcionamento dos motores a diesel, entre outros. Lorena ainda apresentou alguns exemplos de empresas que já utilizam do biocombustível em suas frotas e reforçou a importância da redução das emissões de poluentes e GEE.
Gerente ambiental da CNT, Erica Marcos também abordou os desafios relacionados ao biodiesel brasileiro e apresentou uma perspectiva diferente.
“Gostaria de apresentar aqui uma perspectiva diferente sobre o biodiesel no Brasil, onde sua eficiência acaba sendo comprometida. Por isso, na CNT, conduzimos uma pesquisa desde 2021, com mais de 700 empresários do transporte, que revelou opiniões relacionadas a problemas mecânicos nos veículos, contaminação por borra, aumento no consumo de combustível e maior risco de contaminação”, comentou Erica, que falou sobre outros testes realizados na Confederação.
“Buscamos compreender o problema de maneira mais científica, realizamos testes com as novas receitas e especificações da Resolução ANP 920 de 2023 para o biodiesel, conduzidos no último ano. Entre as constatações, observamos um aumento no consumo específico de combustível e no dióxido de carbono. Portanto, entre as medidas emergenciais necessárias, destaco a importância de condicionar acréscimos a testes e ensaios, aprimorar as especificações, implementar medidas de controle de qualidade, ampliar a rota tecnológica e considerar o setor de transporte nas políticas públicas”.
Diretor da Sambaíba Transportes Urbanos, Marcos Araújo também participou do primeiro Painel e suas opiniões foram ao encontro a de Érica. “Fizemos o teste com o diesel convencional puro com adição de 15% de biodiesel em nossas operações, de janeiro a agosto do último ano, com base em tópicos e projetos avaliados dentro da empresa. E o que causou foi um grande custo em nossas operações com a troca excessiva de peças e o aumento de combustível. Já no teste com o diesel com 12%, (B12), também tivemos uma perda de velocidade do veículo”.
Para Teixeira, quando a pauta é o setor de transportes e o meio ambiente, biodiesel é assunto urgente e necessário, e gostou muito do painel ter trazido informações diferentes e opiniões divergentes. “Isso é importante para que tenhamos uma visão da discussão como um todo”, avaliou.
Diretor-executivo da CNT, Bruno Batista apresentou a “Pesquisa CNT de Rodovias 2023”, abordando temas fundamentais sobre a infraestrutura brasileira. “Queremos tratar sobre um dos temas mais requisitados, que é a infraestrutura, e explicar mais sobre esse trabalho que é a pesquisa CNT de rodovias do último ano. Buscamos entender fundamentalmente a malha rodoviária brasileira e sua extensão e pavimentação. Isso faz que tenhamos uma demanda muito grande em cima do que não está pavimentado ainda, principalmente para os transportadores”.
O diretor destacou as políticas de metas de outros países com relação às malhas pavimentadas em comparação com o Brasil, o crescimento das rodovias nacionais perante a esse ranking e como a Confederação realiza o acompanhamento das rodovias em diversos estados, o qual é realizado em tempo real, focando na confiabilidade e precisão.
No final do evento, a certeza do presidente capixaba de que o Conet continua jogando luz a temas que precisam ser falados e discutidos.
“Como sempre, foi um momento importante para o segmento, que mostrou o quanto precisamos discutir os desafios do TRC e evidenciou a importância de mostrar as iniciativas do transporte de cargas, por meio das nossas entidades. Isso reforça a importância do associativismo e fornece informação aos transportadores”.
A última palestra do CONET&Intersindical contou com a participação do economista e professor do IBMEC Otto Nogami, que discutiu o cenário político-econômico em 2024, abordando as perspectivas futuras.
A segunda edição do ano do evento já está confirmada! Acontecerá em agosto, em Bento Gonçalves, interior do Rio Grande do Sul.
Fonte: Portal NTC e Anna Carolina Passos – Assessora de Comunicação TRANSCARES