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Qualiseg: qualificação, boas práticas e um novo patamar para o setor
A Fetransportes “colocou os pés” no segundo semestre do ano reunindo o setor na segunda edição do Programa de Qualidade em Segurança no Trânsito, o QualiSeg. A imersão de um dia, focada em conhecimento, dinâmicas e estudos de caso para elevar a consciência e o engajamento de profissionais do transporte quanto às boas práticas inerentes à segurança operacional, foi realizada na terça-feira, 2 de julho, no auditório da Fetransportes, em Vitória. Ao todo, 63 pessoas, de 13 empresas, participaram do curso ministrado pelo Consultor de Trânsito da federação, Marlonn Dummer.
De natureza educativa, o Qualiseg, cuja primeira edição aconteceu ao longo do segundo semestre do ano passado, foi atualizado e reformulado para se encaixar na rotina das empresas, que possuem inúmeras especificidades operacionais. E a presença daquele grupo naquele dia de treinamento foi destacada pela superintendente da Fetransportes, Simone Garcia.
“O Qualiseg vem sendo pensado há alguns anos e passou por várias reformulações para se tornar viável do ponto de vista da rotina das empresas. Então, ver os participantes dispostos a passar um dia discutindo segurança e comportamentos seguros, dispostos a rever e melhorar processos, significa muito pra nós. O transporte é um setor transversal, que se faz presente em todos os outros, e o trânsito é um ecossistema vivo, composto por pessoas. Nós precisamos estar, todos os dias, ainda mais preparados para promover a segurança viária”, destacou.
Voltado, sobretudo, ao fortalecimento das boas práticas operacionais, a jornada Qualiseg neste primeiro encontro do ano teve quatro “pontos de parada”: refletir, interagir, perceber e propor. E para cumprir com cada um deles, Marlonn apostou em teórica e prática, momentos em que o grupo teve a oportunidade de compartilhar dores e conhecimentos.
Para falar de boas práticas, o saber fazer é fundamental. No entanto, ele não caminha só! Então, além de trazer todo o arcabouço técnico necessário a uma boa operação, Dummer jogou luz às questões comportamentais, outro fator essencial quando o que está em jogo é a segurança viária. Afinal, quem conduz os veículos são seres humanos.
“Desde o primeiro momento da imersão, a abordagem escolhida fez muito sentido porque não consigo imaginar uma discussão sobre segurança viária sem pensar em integração. Impossível focar apenas nas questões operacionais. Precisamos de um olhar cuidadoso e amplo ao ser humano, levar em consideração os desafios da vida pessoal, se ele está com algum problema. Vivemos uma vida frenética, necessitamos de estratégicas que equilibrem elementos técnicos e comportamentais, porque o mais trágico nesta história é não olhar para a pessoa”, avaliou a psicóloga da Viação Praia Sol/Vereda, Adulce Aparecida Regert, uma das participantes mais engajadas ao longo do dia.
Coincidência ou não, o Coordenador de Segurança da Armani Transportes, Christian Corrêa Fontes, também participou ativamente de cada momento do programa e foi mais um a focar na importância de olhar para o emocional dos condutores com mais atenção.
“Às vezes penso que nos falta empatia. Precisamos de melhorias contínuas dos processos e estar sempre em busca da excelência, mas não podemos esquecer de cuidar das pessoas”, destacou ele.
Prontos para um novo começo
O Analista de Logística e Qualidade da Dellmar Transportes, Marcos Teixeira, e a Analista de Qualidade da Santa Paula e Viação Serrana, Vanderleia Fagundes dos Santos Ribeiro, dizem ter saído da imersão com uma visão diferenciada do tema.
“Serei um agente multiplicador de tudo o que aprendi aqui”, garante Marcos, completando em seguida. “Área de qualidade na logística é algo novo, o que torna o mapeamento e desenvolvimento de processos mais desafiador. Lidamos com sinistros, qualidade, gestão de frotas e técnicas de segurança, ou seja, ficamos responsáveis pela análise de riscos. Chegarei à empresa amanhã com uma visão diferente e, o mais importante, começarei a usar um modelo novo de análise de risco que aprendi aqui”.
“Se eu tivesse que resumir em uma frase minha participação seria: ‘Me surpreendeu!’ Nós lidamos com pessoas em nosso dia a dia operacional, então o que tratamos aqui foi segurança viária da veia, um aprendizado que levarei pra vida e não estou falando apenas de vida profissional. Até na vida pessoal usarei todo esse aprendizado”, destacou a Analista de Qualidade da Santa Paula e Viação Serrana, Vanderleia Fagundes dos Santos Ribeiro.
Considerado um dos empresários capixabas mais engajados na causa da segurança viária, Héber Guimarães, diretor da Marlim Azul Turismo, estava presente, mais uma vez, no evento, junto com três profissionais de sua equipe – o Encarregado Operacional Romeu Cândido de Mello, o motorista multiplicador Adriano xxxxxx e o Encarregado de Manutenção Maykon da Vitória Severo. Destes três, Romeu e Maykon fizeram a edição passada do Qualiseg, com outros dois colegas, o motorista Claudinei Costa Rocha Santos e o Assistente Administrativo Hiago de Oliveira Teotônio.
“Eu estava ansioso pela segunda versão do Qualiseg. Investimos em tecnologia de ponta, mas não deixamos de olhar para a equipe. Segurança viária tem que ser assunto e preocupação de todos os dias nas nossas empresas, afinal, nós lidamos com vidas”, argumentou ele, mais um participante ativo nas discussões levantadas.
Sugestão
A Viação Grande Vitória esteve presente no Qualiseg com cinco profissionais: o motorista instrutor Delai Correa, o Técnico de Segurança no Trabalho Juliano Afonso Clotilde e os despachantes Cléber Andrade, Gilvan Alves e Fernando Salgado. E embora tenha conseguido aproveitar o conteúdo, eles deram uma sugestão para tornar o Qualiseg ainda mais efetivo do ponto de vista prático: segmentar a imersão por nichos de transporte.
“Nossa empresa possui particularidades de operação e esta não é uma exclusividade nossa. O setor de transportes, em si, tem inúmeras especificidades. Daí nossa sugestão do Qualiseg ser dividido por segmentos”, argumentou Juliano Afonso.
Apesar da sugestão, todos reconhecem que a mensagem principal está captada e interiorizada. “Somos preparados a jamais colocar em risco a segurança de nossos profissionais e passageiros”, garantiu Delai.
Um dos grandes entusiastas do Qualiseg, o presidente da Fetransportes, Renan Chieppe, destaca a qualificação permanente proposta pelo programa como um caminho para colocar o setor em outro patamar. “Os números mostram que o comportamento humano dos motoristas no trânsito precisa mudar. O trânsito está cada vez mais agressivo e os condutores profissionais precisam estar bem atentos para garantir a máxima segurança da sua viagem, mesmo diante dos riscos à sua volta”, destaca, completando em seguida. “O foco do Qualiseg em gerar educação continuada e qualificação permanente, para além de uma complementação, é um diferencial para esses profissionais e para as empresas que adotam tais práticas”.
Prêmio Destaque
A Fetransportes vai liberar os certificados do Qualiseg, tanto o deste ano quanto o do ano passado, e ambos poderão ser usados como documentação para o Prêmio Destaque.