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A infraestrutura sobe de escada, enquanto a produção, de elevador’: Fórum debate logística do AGRO

A infraestrutura sobe de escada, enquanto a produção, de elevador’: Fórum debate logística do AGRO

Agronegócio precisa de previsibilidade na logística, afirmam especialistas no Fórum Caminhos da Safra

Depois de percorrer milhares de quilômetros por diversos Estados do Brasil nos últimos meses, o projeto Caminhos da Safra – iniciativa da Globo Rural/Valor Econômico – promoveu um encontro, nesta quarta-feira (28/8), em Brasília, para debater os principais desafios e alternativas para aumentar a eficiência no transporte da produção brasileira.

Os participantes do painel “Do campo ao porto, os novos caminhos da safra” destacaram que os investimentos em infraestrutura não acompanham o mesmo ritmo de crescimento da produção. “A nossa infraestrutura sobe de escada, enquanto a nossa produção sobe de elevador”, resumiu o coordenador da EsalqLog/USP, Thiago Péra.

Sem planejamento para escoamento, capacidade de armazenagem e transporte ainda dependente do modal , o agro brasileiro sofre com permanentes oscilações, tem custos aumentados e trava a sua competitividade internacional. A necessidade de previsibilidade foi unânime entre os debatedores. “O setor precisa de previsibilidade. No Brasil, nada pode dar errado, porque, se acontece alguma coisa que interfira, o agro fica na mão”, declarou a assessora técnica da Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil (CNA), Elisângela Pereira Lopes.

Segundo o diretor-geral da Agência Nacional de Transportes Terrestres (ANTT), Rafael Vitale Rodrigues, o orçamento para obras em rodovias, portos, ferrovias e hidrovias foi ampliado. Além disso, o Governo pretende incentivar concessões e parcerias público-privadas, além de aprimorar o marco regulatório, dentro do Plano Nacional de Logística.“Temos um plano logístico de longo prazo. Vamos identificar os gargalos, fazer investimentos públicos e contratos de concessão flexíveis para ir se moldando e atender melhor a produção rural”, afirmou.

A diversificação de rotas logísticas e a intermodalidade foram aspectos destacados pelo presidente da Autoridade Portuária de Santos, Anderson Pomini. Das 174 milhões de toneladas embarcadas no porto paulista no ano passado, 54% foram do agronegócio.

Conforme Pomini, foi criado um plano de investimentos para o porto de Santos, que receberá R$ 12 bilhões nos próximos cinco anos. Serão realizadas melhorias nos acessos e no aprofundamento do canal.“O Brasil precisa priorizar os investimentos em logística, assim como fizeram Estados Unidos e China, por exemplo. Sempre que se investe nisso, o resultado se reverte em geração de renda, empregos e aumento do PIB”.

A assessora técnica da CNA destacou que o produtor rural brasileiro segue sendo competitivo somente da porteira para dentro. Para ela, os principais gargalos são os mesmos há bastante tempo: capacidade de armazenamento insuficiente, pouca utilização de ferrovias e hidrovias, e custo elevado do transporte.

“A logística é o calcanhar de Aquiles do produtor. Ele tem a força de produzir de um Sansão, mas a logística é a tesoura que corta o cabelo de Sansão e faz com que perca toda a força”, comparou.

Apesar de demonstrar preocupação com os atrasos e contingenciamento de recursos no Programa de Aceleração do Crescimento (PAC), Elisângela considera que existem avanços, como na região do Arco Norte, e movimentos favoráveis, como a Ferrovia de Integração Centro-Oeste (Fico), a Transnordestina e a Ferrogrão.

Fonte: NTC&LOG
Foto: GLOBO RURAL (28/08/2024)

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