Todo o Brasil está acompanhando a crítica situação que afeta as regiões Norte, Centro-Oeste e parte do Sudeste em relação às queimadas. Biomas importantes estão queimando e áreas inteiras sendo destruídas principalmente no Cerrado e na Região Amazônica. De acordo com o Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe), o mês de agosto está batendo recordes de focos de incêndio no país. Nas últimas 48 horas, por exemplo, foram quase 4.500 registrados. Além das consequências já conhecidas para a saúde humana, fauna e flora, um outro aspecto chama a atenção: o risco de sinistros de trânsito em rodovias afetadas pelas queimadas no Brasil.
Para Celso Mariano, especialista e diretor do Portal do Trânsito e da Tecnodata, ao se deparar com a fumaça invadindo uma rodovia, é preciso utilizar as técnicas de direção defensiva. “Quem quer que já tenha se deparado com uma situação de fumaça invadindo a estrada, sabe que essa parece ser uma condição adversa típica de neblina, só que piorada muitas vezes”, diz.
Mariano explica que, no caso da fumaça, os sinistros de trânsito tendem a ser mais graves, a começar pelo calor que pode ser muito significativo se o fogo estiver ocorrendo muito próximo da pista de rolamento.
“Quase sempre surge dificuldade para respirar, irritação nos olhos, tosse e espirros que podem acometer condutor e passageiros, complicando muito a situação até por conta de um nervosismo que é muito normal aparecer. Afinal, é uma situação em que você não sabe exatamente o que está acontecendo”, alerta.
Dicas de segurança
Ao se deparar com essa situação, é preciso saber como agir. E, de acordo com Mariano, as recomendações são as mesmas de quando se enfrenta uma rodovia com neblina ou serração. A primeira dica é trafegar sempre com luz baixa acesa, mesmo que seja de dia. “Também é aconselhável baixar a velocidade e mantê-la constante e, além disso, parar somente em locais seguros. É importante saber que fumaça é uma condição muito perigosa, principalmente nas estradas, por conta da velocidade. O melhor mesmo seria interromper o deslocamento e esperar a fumaça passar para então retomar a viagem”, orienta.
Até para parar, no entanto, é preciso ter muito cuidado. “Condutores que estão atrás podem não ter percebido ao mesmo tempo que você o que está acontecendo. E, assim, demorarem a ter as suas reações de redução de velocidade e de frenagem. E aí engavetamentos podem ocorrer, tudo por conta da fumaça”, aponta Mariano.
O especialista faz um último alerta: uma vez dentro da fumaça, é preferível não parar e seguir em frente em velocidade reduzida até que consiga sair do local.
Outra dica importante é evitar trafegar por essas áreas. Por exemplo, se o condutor estiver com viagem marcada para esses locais que estão sofrendo com as queimadas, o ideal é adiar os planos e aguardar a situação se normalizar.