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Mercado de finanças sustentáveis no Brasil está em expansão e contribuirá para a descarbonização do setor transportador
O mercado de finanças sustentáveis tem registrado uma expansão notável no Brasil e globalmente desde 2014, com um aumento nas emissões de títulos públicos e privados voltados a financiar projetos que contemplem preservação ambiental e desenvolvimento social. A CNT (Confederação Nacional do Transporte) explora esse avanço no novo volume da Série Especial de Economia – Investimentos em Transporte, intitulado Investimentos Sustentáveis: Panorama, Perspectivas e Implicações para o Setor Transportador, lançado nesta quinta-feira (14).
Entre 2014 e 2023, as emissões globais de títulos verdes, sociais, sustentáveis e de transição (VSS+) somaram US$ 4,4 trilhões, evidenciando o interesse crescente por projetos com impacto ambiental e social positivo. No Brasil, o primeiro título verde foi emitido em 2015, e apenas a partir de 2020 o país registrou emissões de títulos sociais e de sustentabilidade. Com o contínuo crescimento deste mercado, o setor de transporte tem grande potencial de se beneficiar, podendo captar investimentos para iniciativas que visam a descarbonização, a melhoria da eficiência energética e o desenvolvimento de infraestruturas mais resilientes.
“O grande desafio para empresários e países é financiar projetos sustentáveis. O setor financeiro tem sido crucial ao mobilizar grandes volumes de capital privado para alcançar metas climáticas, promovendo uma alocação eficiente de recursos”, afirma Vander Costa, presidente do Sistema Transporte.
Os títulos VSS+ são instrumentos financeiros projetados para financiar iniciativas que promovem a transição para uma economia de baixo carbono, abordando aspectos como adaptação às mudanças climáticas, preservação da biodiversidade e inclusão social. Nesse cenário, a taxonomia verde se estabelece como uma ferramenta que orienta os investidores para setores econômicos comprometidos com a sustentabilidade.
No Brasil, diversas iniciativas vêm fortalecendo o mercado de finanças sustentáveis, incluindo laboratórios de inovação financeira, atualizações legislativas e normativas, emissões de títulos sustentáveis pelo governo brasileiro e o desenvolvimento da Taxonomia Sustentável Brasileira (TSB). A TSB deverá abranger setores como agricultura, pecuária, produção florestal, pesca e aquicultura; indústrias extrativas e de transformação; eletricidade e gás; saneamento e gestão de resíduos; construção; transporte, armazenagem e correio; além de serviços sociais para a qualidade de vida e planejamento urbano.
Taxonomia Verde
Para apoiar a transição para uma economia de baixo carbono, governos e organizações privadas têm desenvolvido guias que listam ativos, projetos e atividades alinhados com as metas climáticas e sociais. Esses guias, conhecidos como taxonomias, são construídos para orientar os investimentos de forma a atender essas metas.
Diversas taxonomias já estão em vigor ao redor do mundo, como as da União Europeia, China, Colômbia, México e República Dominicana. Outras, como as do Chile, Peru e Brasil, estão em desenvolvimento. Nos Estados Unidos, no entanto, não há previsão de construção de um sistema de classificação similar para direcionar investimentos.
Antes que os governos começassem a divulgar essas iniciativas, organizações não governamentais — como a Climate Bonds Initiative (CBI), que trabalha para mobilizar capital global contra a mudança climática — já haviam lançado sua própria taxonomia, sendo pioneira nesse mercado.
No setor de transporte, as taxonomias geralmente consideram elegíveis para investimentos verdes: veículos de baixas emissões, infraestrutura de abastecimento de combustíveis alternativos aos fósseis, sistemas de carregamento, instalações ferroviárias e a eletrificação do setor. No entanto, elas não incluem projetos relacionados à construção de rodovias ou veículos movidos a biocombustíveis.
Realidade brasileira
Em relação à infraestrutura das rodovias brasileiras, a CNT estima que as deficiências no pavimento resultam em consumo adicional de 1,2 bilhão de litros de óleo diesel por ano, além da emissão de 3,13 milhões de toneladas de gases do efeito estufa. No entanto, o Brasil tem avançado na implementação de iniciativas para promover a sustentabilidade no setor de transporte.
Entre as ações do governo, destacam-se o Programa Renovar, que visa à modernização da frota de caminhões e ônibus, e o Mover (Programa Nacional de Mobilidade Verde e Inovação), que estimula investimentos em eficiência energética. Na iniciativa privada, a CNT e o SEST SENAT coordenam o Programa Despoluir, que há 17 anos realiza ações ambientais no transporte, com 4,6 milhões de avaliações veiculares, contribuindo para a sustentabilidade do setor.
O sistema de classificação brasileiro está sendo desenvolvido pelo Comitê Interinstitucional da Taxonomia Sustentável Brasileira (CITSB), desde 2023, com o apoio de diversos grupos técnicos setoriais e do Comitê Consultivo. A Taxonomia Sustentável Brasileira (TSB) deve entrar em fase de consulta pública nos próximos dias.
Confira a íntegra da publicação
Fonte: Agência CNT Transporte Atual
Entre 2014 e 2023, as emissões globais de títulos verdes, sociais, sustentáveis e de transição (VSS+) somaram US$ 4,4 trilhões, evidenciando o interesse crescente por projetos com impacto ambiental e social positivo. No Brasil, o primeiro título verde foi emitido em 2015, e apenas a partir de 2020 o país registrou emissões de títulos sociais e de sustentabilidade. Com o contínuo crescimento deste mercado, o setor de transporte tem grande potencial de se beneficiar, podendo captar investimentos para iniciativas que visam a descarbonização, a melhoria da eficiência energética e o desenvolvimento de infraestruturas mais resilientes.
“O grande desafio para empresários e países é financiar projetos sustentáveis. O setor financeiro tem sido crucial ao mobilizar grandes volumes de capital privado para alcançar metas climáticas, promovendo uma alocação eficiente de recursos”, afirma Vander Costa, presidente do Sistema Transporte.
Os títulos VSS+ são instrumentos financeiros projetados para financiar iniciativas que promovem a transição para uma economia de baixo carbono, abordando aspectos como adaptação às mudanças climáticas, preservação da biodiversidade e inclusão social. Nesse cenário, a taxonomia verde se estabelece como uma ferramenta que orienta os investidores para setores econômicos comprometidos com a sustentabilidade.
No Brasil, diversas iniciativas vêm fortalecendo o mercado de finanças sustentáveis, incluindo laboratórios de inovação financeira, atualizações legislativas e normativas, emissões de títulos sustentáveis pelo governo brasileiro e o desenvolvimento da Taxonomia Sustentável Brasileira (TSB). A TSB deverá abranger setores como agricultura, pecuária, produção florestal, pesca e aquicultura; indústrias extrativas e de transformação; eletricidade e gás; saneamento e gestão de resíduos; construção; transporte, armazenagem e correio; além de serviços sociais para a qualidade de vida e planejamento urbano.
Taxonomia Verde
Para apoiar a transição para uma economia de baixo carbono, governos e organizações privadas têm desenvolvido guias que listam ativos, projetos e atividades alinhados com as metas climáticas e sociais. Esses guias, conhecidos como taxonomias, são construídos para orientar os investimentos de forma a atender essas metas.
Diversas taxonomias já estão em vigor ao redor do mundo, como as da União Europeia, China, Colômbia, México e República Dominicana. Outras, como as do Chile, Peru e Brasil, estão em desenvolvimento. Nos Estados Unidos, no entanto, não há previsão de construção de um sistema de classificação similar para direcionar investimentos.
Antes que os governos começassem a divulgar essas iniciativas, organizações não governamentais — como a Climate Bonds Initiative (CBI), que trabalha para mobilizar capital global contra a mudança climática — já haviam lançado sua própria taxonomia, sendo pioneira nesse mercado.
No setor de transporte, as taxonomias geralmente consideram elegíveis para investimentos verdes: veículos de baixas emissões, infraestrutura de abastecimento de combustíveis alternativos aos fósseis, sistemas de carregamento, instalações ferroviárias e a eletrificação do setor. No entanto, elas não incluem projetos relacionados à construção de rodovias ou veículos movidos a biocombustíveis.
Realidade brasileira
Em relação à infraestrutura das rodovias brasileiras, a CNT estima que as deficiências no pavimento resultam em consumo adicional de 1,2 bilhão de litros de óleo diesel por ano, além da emissão de 3,13 milhões de toneladas de gases do efeito estufa. No entanto, o Brasil tem avançado na implementação de iniciativas para promover a sustentabilidade no setor de transporte.
Entre as ações do governo, destacam-se o Programa Renovar, que visa à modernização da frota de caminhões e ônibus, e o Mover (Programa Nacional de Mobilidade Verde e Inovação), que estimula investimentos em eficiência energética. Na iniciativa privada, a CNT e o SEST SENAT coordenam o Programa Despoluir, que há 17 anos realiza ações ambientais no transporte, com 4,6 milhões de avaliações veiculares, contribuindo para a sustentabilidade do setor.
O sistema de classificação brasileiro está sendo desenvolvido pelo Comitê Interinstitucional da Taxonomia Sustentável Brasileira (CITSB), desde 2023, com o apoio de diversos grupos técnicos setoriais e do Comitê Consultivo. A Taxonomia Sustentável Brasileira (TSB) deve entrar em fase de consulta pública nos próximos dias.
Confira a íntegra da publicação
Fonte: Agência CNT Transporte Atual