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Seguro contra roubo de cargas paga mais de R$ 59 mi em MG

Seguro contra roubo de cargas paga mais de R$ 59 mi em MG

Cifra representa alta anual de 62,2%; Estado é o segundo em indenizações, só perdendo para São Paulo, com R$ 279,9 milhões, em 2024, segundo a CNseg

O pagamento de indenizações por roubos de cargas somaram R$ 59,2 milhões em Minas Gerais em 2024, segundo levantamento da Confederação Nacional das Seguradoras (CNseg). A cifra, que representa alta anual de 62,2%, revela, mais uma vez, um dos maiores problemas do transporte de carga no Brasil, em que a impunidade onera cada vez mais os custos dos fretes brasileiros.

Dos estados que mais se destacam no pagamento de indenizações, São Paulo é o primeiro com R$ 279,9 milhões (+2%), seguido por Minas Gerais com R$ 59,2 milhões (+62,2%) e Rio Grande do Sul com R$ 28,9 milhões (+24,4%).

Essa tendência pode ser atribuída em grande parte, na visão do presidente da Comissão de Transporte de Carga da Federação Nacional de Seguros Gerais (FenSeg), Marcos Siqueira, ao aumento nos índices de roubo de carga, sobretudo nas regiões Sudeste e Sul. “Isso impacta diretamente no maior acionamento do Seguro de Responsabilidade Civil de Desvio de Carga, que indeniza em casos de desaparecimento total da carga, roubo durante o trânsito ou nos depósitos e armazéns, desde que a carga esteja carregada no veículo transportador”, diz.

Minas Gerais, como observa o presidente do Sindicato das Empresas de Transportes de Cargas e Logística de Minas Gerais (Setcemg), Antonio Luis da Silva Junior, por ser um corredor de passagem de carga do País e ter a maior malha rodoviária, sempre permeou os altos índices de roubo de carga, juntamente com São Paulo e Rio de Janeiro.

De fato, conforme dados divulgados no relatório “Análise de Roubo de Cargas” de 2024 da nstech, empresa de software para a cadeia de suprimentos, o Estado foi o terceiro com mais roubo de cargas em 2024, com 12,1% do total. No estudo, a primeira posição foi ocupada por São Paulo, que totalizou 45,8% dos sinistros, seguido por Rio de Janeiro, com 25%.

O presidente do Setcemg comenta que o cenário acaba exigindo das empresas um investimento maior em segurança encarecendo o custo do frete. “As empresas acabam tendo que investir em itens como rastreadores, monitoramento e até escolta em certos tipos de carga. Isso onera os custos”, observa.

Além disso, Silva Junior pontua que quando as seguradoras indenizam, elas encarecem a apólice do seguro, onerando ainda mais os gastos. “Minas Gerais possui um dos seguros mais caros e temos roubos regionalizados como o do café, no Alto Paranaíba e Sul de Minas; o do cigarro e produtos alimentícios na região do Triângulo; produtos siderúrgicos, mais na região Central, combustíveis e até o saques são um problema”, ressalta.

Segundo o dirigente, os maiores focos do roubo são onde os criminosos conseguem escapar facilmente, como os entroncamentos de rodovias. “Temos entrocamento na BR-381, na divisa com São Paulo; temos no Triângulo, na Zona da Mata. Minas virou passagem”, afirma.

Para o presidente do Setcemg, a impunidade e a falta de criminalização do receptador são os principais problemas. “Falta um trabalho de inteligência e de investigação da polícia para descobrir os receptadores. Para ter o roubo, tem alguém recebendo e revendendo essas cargas. As leis precisam ser mais rígidas”, destaca. Produtos como pneus, faróis, módulos eletrônicos também têm sido alvo de furtos.

O presidente da Comissão de Transporte de Carga da FenSeg, destaca ainda o cenário crítico de muitas estradas no País. “Isso facilita a atividade criminosa e mostra a importância do seguro para reduzir riscos e prejuízos ao transportador de carga. Sem as coberturas oferecidas pelo seguro de transporte, o impacto na economia seria muito maior”, diz.

Indenizações crescem 11% em todo o Brasil

Em todo o País, o pagamento de indenizações por roubos de cargas também cresceu e somou R$ 528,9 milhões em 2024, conforme o mesmo levantamento da CNseg. O aumento nacional foi de 11% e registrou a segunda maior alta em cinco anos, atrás apenas de 2022, quando o montante atingiu R$ 629,2 milhões.

Em cinco anos, R$ 2,5 bilhões foram pagos pelas seguradoras por conta da atuação dos criminosos. Em paralelo, a procura pelo seguro cresceu 27,1%, somando um faturamento de R$ 1,4 bilhão.

Na arrecadação, o estado paulistano lidera o ranking nacional, com R$ 683,4 milhões (+30,8%), seguido por Minas Gerais, R$ 116,3 milhões (+41,8%) e Paraná R$ 102,4 milhões (+6,1%).

Fonte: https://diariodocomercio.com.br/economia/seguro-contra-roubo-cargas-paga-indenizacoes-minas/

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