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O Transcares e o boom logístico do ES

O Transcares e o boom logístico do ES

Muito se fala da localização privilegiada do Espírito Santo, próximo a grandes centros consumidores, e de sua estrutura logística que conecta e, portanto, pode vir a ser solução para o Brasil e para o mundo. Junte-se a isso uma pandemia, que fez o e-commerce dar um salto gigantesco em termos de expansão, e incentivos fiscais como Compete-ES e Invest-ES, e pronto! Temos um cenário para aproveitar o boom logístico em solo capixaba. Um bom momento que pode ser medido por meio dos condomínios logísticos que estão sendo construídos Estado afora.

Empresários capixabas do transporte rodoviário de cargas e logística estão acompanhando essa movimentação e como conhecem os “lados A e B” do segmento conseguem identificar as possibilidades que estão sendo geradas, antever as que estão por vir e apontar os desafios deste movimento.

Diretor da Porto Seguro Logística e Transporte e conselheiro do Transcares, Wesley Loose destaca o bom momento do Estado e “o excelente cenário resguardado até 2031” em função dos incentivos fiscais.

“Vivemos um momento de oportunidades! Até 2031 teremos garantidos os incentivos fiscais e esses programas atraem novas empresas; está sendo desenvolvida em Aracruz uma Zona de Processamento de Exportação (ZPE), que tende a fortalecer a posição do Estado no comércio exterior; e há, ainda, o grande volume de mercadorias, sobretudo carros elétricos, que estão chegando às Eadis (Estação Aduaneira do Interior). Juntos, esses fatores fazem deste um momento diferenciado para o Espírito Santo”, argumenta.

A questão tributária também foi destacada como detalhe do boom logístico capixaba pelo diretor-financeiro do Transcares e diretor da De Marchi Transportes, Fernando De Marchi. Mas especificamente no seu caso, que está na Região Norte do Estado, ele também ressalta o fato dos municípios de Aracruz e Linhares estarem em área de Sudene. “Ou seja, mesmo que  percamos os atuais incentivos, temos outros para manter a economia aquecida”.

Contudo, para além de questões econômicas e tributárias, ele chama a atenção para a postura do empresário capixaba. De Marchi defende que o Espírito Santo está se destacando como “alavanca para o Brasil”. “Aqui temos um bom ambiente para negócios, os poderes público e privado caminham lado a lado, existe respeito e diálogo por um bem comum e maior. E a consequência disso são mais investimentos e uma economia pujante.”

Desafios

O cenário promissor é uma realidade. No entanto, as oportunidades caminham lado a lado com os desafios e um deles é a falta de áreas para empresas instalarem seus galpões logísticos. Quem chama a atenção para a situação é Adilson Simões, do Grupo Veno, que reúne Transilva.Log, DTL e Codepe, esta última mantenedora do centro logístico do Grupo.

“A demanda cresceu tanto que está reprimida. Nossa importação de veículos elétricos aumentou muito e o volume da operação está maior que a nossa capacidade. Já tem muito armador atracando em outros estados com mais espaço logístico, e a exportação passa a ter problema também porque fica sem fluxo normal para a liberação de contêineres. Este é nosso maior gargalo”.

Apesar deste maior gargalo, existem outros desafios, segundo o Gerente Comercial da Multilift Logística, Wagner Cantarela. Fora infraestrutura, segurança nas estradas e melhor distribuição da matriz de transportes, que são senso comum, o executivo cita outros três.

“O primeiro é como nos manter preparados em um cenário de forte incerteza; o segundo diz respeito às obrigações fiscais. Observo que os procedimentos são elaborados considerando um modelo logístico básico como se fosse um padrão único no País. E o terceiro ponto é a mão de obra para o futuro. Não utilizaria a palavra qualificada para defini-la, e sim aquela que esteja disposta a atuar no segmento compreendendo suas particularidades”.

E para um Estado que ainda sofre com alguns gargalos, seria este boom logístico algo positivo? “Sim, claro!”, responde Cantarela, justificando em seguida. “Porque evidencia deficiências e provoca a construção de agendas positivas entre a classe empresarial e o poder público”.

Presidente do Transcares, Luiz Alberto Teixeira reforça a posição de Cantarela. “Vejo esse desenvolvimento logístico como um grande momento para o Espírito Santo. Ainda dependemos de algumas soluções de infraestrutura, mas o Transcares está participando de todos os comitês criados para tratar e ajudar na eficiência e aprimoramento dos processos, e isso tem sido positivo. Já estamos vendo resultado”.

Fonte: Anna Carolina Passos.

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