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COP30: diálogo amplo é caminho para avanço da descarbonização

COP30: diálogo amplo é caminho para avanço da descarbonização

Em evento promovido pelo portal Jota, líder do projeto Transporte e a COP30 apresentou a Estação do Desenvolvimento e destacou a Coalizão pela Descarbonização do Transporte

“Acredito que as soluções surgem em uma mesa de negociação mais ampla, direcionando políticas públicas para o caminho correto”, afirmou Vinicius Ladeira, diretor e líder do projeto Transporte e a COP30, durante a abertura do evento Diálogos da COP30, realizado nessa segunda-feira (18), em Brasília (DF), pelo portal Jota, em parceria com o Sistema Transporte. Ele destacou a importância da construção coletiva de consensos entre governo, setor privado, academia e sociedade civil para acelerar a transição do setor de transporte rumo a uma economia de baixo carbono.

O dirigente ressaltou que a transição para uma matriz energética de baixo carbono precisa ser gradual. “Atuamos para uma descarbonização da forma mais suave e estratégica. É um assunto complexo. Não existe resposta única. Existem soluções distintas para problemas que são diversificados”, afirmou.

Vinicius Ladeira também destacou as vantagens competitivas do Brasil em relação a outros países, reforçando que a realização da COP30 no país é uma oportunidade ímpar de inserir o transporte brasileiro como protagonista nas negociações internacionais.

Nesse contexto, Ladeira apresentou a Estação do Desenvolvimento, espaço coordenado pelo Sistema Transporte durante a COP30, a 30ª Conferência das Nações Unidas sobre Mudança do Clima, que será realizada em Belém (PA), em 2025. O local reunirá autoridades, setor produtivo e parceiros em diálogos técnicos sobre soluções e políticas públicas, além de oferecer uma programação cultural voltada à valorização da Amazônia.

Transporte e soluções climáticas

O dirigente enfatizou ainda o papel da CNT como articuladora de diálogos em diferentes setores, lembrando o documento desenvolvido pela Coalizão pela Descarbonização do Transporte, entregue ao governo federal em maio deste ano. O plano estratégico reúne mais de 50 associações, empresas e instituições acadêmicas e propõe 90 ações integradas para reduzir até 70% das emissões de gases de efeito estufa do setor até 2050, além de prever a atração de mais de R$ 600 bilhões em investimentos verdes para o país.

“A CNT transita em diferentes setores. Essa transversalidade nos possibilita viabilizar diálogos e soluções que não são óbvios, com alto impacto na formulação de políticas públicas”, disse Ladeira.

Ele reforçou ainda que a presença ativa do Sistema Transporte nas Conferências do Clima não é recente. Desde as participações anteriores, já existia o desejo de consolidar um espaço próprio dentro da COP, objetivo que será alcançado com a criação da Estação do Desenvolvimento em Belém (PA).

Agendas da COP30

O embaixador André Corrêa do Lago, presidente da COP30, destacou o papel dos SAFs (combustíveis sustentáveis de aviação) como uma das principais soluções para reduzir emissões. Segundo ele, os SAFs oferecem uma resposta climática e uma oportunidade de geração de renda e competitividade para países produtores.

“O setor precisa ser mais convincente. A solução é boa sob os pontos de vista climático e econômico, mas não agrada a todos. A COP30 será uma oportunidade para ampliar a coalizão de iniciativas favoráveis à expansão dos biocombustíveis”, afirmou Corrêa do Lago.

O subsecretário de Sustentabilidade, do Ministério dos Transportes, Cloves Benevides, afirmou que o Plano Clima será apresentado durante a COP30, com capítulos específicos dedicados à infraestrutura de transporte. “Não é possível falar em alternativas aos combustíveis fósseis, eletrificação ou uso de gás sem pensar em corredores logísticos e infraestrutura que permitam a entrega de cargas. Isso precisa se transformar em obras e recursos”, destacou. Como exemplo de adaptação para a transição energética, citou a instalação de redes de recarga para veículos elétricos nos PPDs (Pontos de Parada e Descanso), já previstos em concessões rodoviárias. Além disso, testes com caminhões híbridos e investimentos em locomotivas híbridas foram incluídos como itens elegíveis para o setor ferroviário.

O subsecretário ressaltou ainda que a transição energética deve considerar o impacto social e a capacitação da mão de obra, além de estar amparado por regras e regulamentações claras. Benevides defendeu que o transporte, por ser um dos grandes emissores, não deve ser visto como um obstáculo, mas, sim, como um ponto estratégico para impactos significativos. “Sendo o setor de transporte um grande emissor, qualquer meta de redução alcançada já será uma mudança de paradigma”, concluiu.

O evento também contou com a presença de Aloísio Lopes de Melo, secretário de Mudança do Clima, e Tatiana Rosito, secretária de Assuntos Internacionais da Fazenda, em debates mediados pela analista internacional do Jota, Vivian Oswald.

Promovido pela Casa Jota, o encontro integrou os preparativos para a COP30, reforçando o papel do Brasil como protagonista nas discussões globais sobre descarbonização e desenvolvimento sustentável.

Por Agência CNT Transporte Atual
  

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