Os negócios avançam mesmo com a falta de um planejamento que leve em conta características geográficas e produtivas do país
Os gastos com transporte de carga no Brasil mantêm um ritmo de expansão em patamares históricos, mesmo diante de um cenário de custos logísticos altos, taxas de juros elevadas e infraestrutura rodoviária deficitária. Em 2023, o dispêndio com transporteRODOVIáRIOaumentou 4,2%, chegando a R$ 883 bilhões, impulsionado principalmente pelo aumento na demanda do agronegócio. No ano passado, segundo projeções de especialistas, as despesas superaram R$ 940 bilhões, com alta de quase 7% em relação a 2023. Nem mesmo a acentuada queda da safra de grãos do ano passado atrapalhou os bons resultados das empresas do setor, cujas receitas obtidas com transporte e armazenagem de mercadorias somaram R$ 830 bilhões.
“Outros segmentos da economia, como varejo, e-commerce e indústria, fecharam o ano com melhores índices”, avalia Maurício Lima, sócio-diretor do Instituto de Logística e Supply Chain (Ilos). “Pelo lado da oferta de transportes, o Brasil deu sinais positivos com o aumento no licenciamento de caminhões, que chegou a 120 mil novos veículos adquiridos no ano passado”, diz.
Para Tayguara Helou, diretor do grupo Braspress, uma das maiores transportadoras do país, que atua com 117 filiais e uma frota de mais de 3,3 mil veículos, o cenário, neste ano, não deve se alterar muito. “O setor de transporte passa por inúmeros desafios, pois a ausência de um planejamento logístico voltado para as características geográficas e produtivas do Brasil impõe dificuldades, alta de custos, grande concorrência e pouca fiscalização”, diz ele. Mas a empresa segue a trilha do crescimento, indica Helou. No ano passado, investiu cerca de R$ 120 milhões em infraestrutura, incluindo a compra de 235 novos veículos e 90 carretas. A distribuição estratégica desses veículos, segundo a empresa, contribuirá para fortalecer sua capacidade logística em todo o país.
O grupo Braspress segue a trilha do crescimento. No ano passado, investiu cerca de R$ 120 milhões em infraestrutura, incluindo a compra de 235 novos veículos e 90 carretas, diz o diretor Tayguara Helou — Foto: Divulgação/ Braspress
A gestão eficaz dos custos operacionais envolvidos na operação de transporte de cargas é a melhor forma de alavancar bons resultados, aponta Daniela Medioli, vice-presidente do grupo Sada, um dos maiores conglomerados de logística e transporte de veículos zero-quilômetro da América Latina. “No ano passado, fomos muito pressionados pelos aumentos nos preços dos combustíveis, pedágios e variação cambial. Mesmo assim, conseguimos atingir um resultado positivo: percorremos 595 milhões de quilômetros e movimentamos 2,6 milhões de veículos – um crescimento de 8,5% em relação a 2023 e próximo do que foi o aumento da produção automotiva no país, 9,7% em 2024”, relata.
A evolução se deu de maneira bastante alinhada com os objetivos dos clientes e das novas marcas de automóveis que estão chegando ao mercado, conta Medioli. “Continuamos com um ciclo de investimento no polo automotivo de Goiana (PE), concluímos a renovação do nosso pátio em Camaçari (BA) e estamos trabalhando na unificação de operação de duas bases em São Bernardo do Campo (SP) e em melhorias na filial de Igarapé (MG), onde está situado o maior centro de distribuição de veículos no país”, diz.
A gestão eficaz dos custos operacionais envolvidos na operação de transporte de cargas é a melhor forma de alavancar bons resultados, aponta Daniela Medioli, vice-presidente do grupo Sada — Foto: Fernando Lutterbach/Divulgação
Na vertical de negócios de transporte de carga geral, a Sada deu início às operações de transporte de grãos para exportação, com capacidade instalada de 7,2 mil toneladas/mês. “É um mercado bastante competitivo, mas com boas oportunidades de crescimento e desenvolvimento, já que o Brasil ocupa a liderança mundial na produção e exportação de café”, afirma. Para dar sustentação à expansão nesse nicho de carga geral, a companhia deve investir, em 2025, cerca de R$ 40 milhões, principalmente na aquisição de caminhões e carretas.
De maneira geral, os empresários do transporte rodoviário de carga seguem otimistas em 2025, impulsionados pela previsão de uma safra recorde no agronegócio. “Projetamos um aumento moderado em nossas receitas e temos boas perspectivas de crescimento neste ano, com investimentos estratégicos em tecnologia, armazenamento e transporte”, confia Danilo Guedes, presidente da ABC Cargas, sediada em São Bernardo do Campo. “O ano de 2024 foi de muitas conquistas, tivemos um crescimento de 20% em faturamento, e nosso plano é dobrar de tamanho até 2028”, informa Eduardo Ghelere, CEO da Ghelere Transportes, especializada no transporte de bebidas e manufaturados, com matriz em Cascavel (PR), que aposta, igualmente, em um ritmo positivo de expansão no setor do agronegócio, com as perspectivas de boas safras. “Investimos cerca de R$ 120 milhões na modernização de nossa frota de veículos para conquistar novos clientes”, diz Ghelere.
Com 71 anos de história, a Movecta (ex-Localfrio) reforça a oferta de soluções personalizadas no setor do agronegócio. “Somos um dos maiores atores na oferta de soluções refrigeradas alfandegadas no porto de Santos (SP) e soluções desenhadas sob medida para algodão e equipamentos agrícolas”, contaRodrigo Casado, CEO da Movecta. Outro exemplo, segundo ele, é a operação de montagem de tratores dentro da companhia, ajudando os clientes a reduzir em até 30% as despesas com montagem e tempo de entrega de maquinário. “Este ano, estão previstos mais de R$ 60 milhões na atualização de sistemas, equipamentos de movimentação de cargas e expansão da nossa capacidade de armazenagem”, diz Casado.
Com a sua matriz localizada no polo petroquímico de Paulínia (SP), a TransJordano, que atua em diversas frentes de negócios, com cerca de 1,1 mil colaboradores, investiu, no último ano, cerca de R$ 85 milhões na renovação de sua frota de veículos, com a aquisição de 125 novos caminhões. A empresa acredita que a tecnologia será fator fundamental para acelerar o crescimento ao longo de 2025. “Não apenas aumentando nossa capacidade de expansão, mas também aprimorando nossa abordagem para mitigar os riscos no transporte, especialmente de produtos perigosos”, comenta Joyce Bessa, diretora de Estratégia e Gestão da TransJordano.
Um dos focos do programa de investimentos, segundo Bessa, é o desenvolvimento de novas soluções para melhorar a qualidade de vida dos motoristas. A empresa está oferecendo mais treinamento aos novos colaboradores, quer aumentar a presença feminina no setor de transportes, além de procurar reduzir o consumo de combustíveis e as emissões de poluentes. “Buscamos maximizar a eficiência logística, aperfeiçoando a carga dos veículos e escolhendo rotas mais estratégicas, o que reduz deslocamentos desnecessários e o impacto ambiental”, destaca.
Sancionada na última sexta-feira (11), a Lei da Reciprocidade Comercial entrou em vigor nesta segunda-feira (14) após ser publicada no Diário Oficial da União.
A legislação autoriza o governo brasileiro a adotar medidas comerciais contra países e blocos que imponham barreiras unilaterais aos produtos do Brasil no mercado global. A informação foi confirmada pelo Palácio do Planalto.
O texto foi aprovado pelo Congresso Nacional no início do mês e sancionado na semana passada, sem vetos, pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva.
Tarifaço
A nova lei é uma resposta à escalada da guerra comercial desencadeada pelo presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, contra a maioria dos países do mundo, mas que se intensificou nos últimos dias de forma mais específica contra a China.
No caso do Brasil, a tarifa imposta pelos EUA foi de 10% sobre todos os produtos exportados para o mercado norte-americano. A exceção nessa margem de tarifas são o aço e o alumínio, cuja sobretaxa imposta pelos norte-americanos foi de 25%, afetando de forma significativa empresas brasileiras, que constituem os terceiros maiores exportadores desses metais para os EUA.
Em discurso durante a 9ª Cúpula da Comunidade de Estados Latino-americanos e Caribenhos (Celac), em Honduras, na última quarta-feira (9), Lula voltou a criticar a adoção de tarifas comerciais.
No mesmo dia, ele também disse que usará todas as formas de negociação possíveis, incluindo abertura de processo na Organização Mundial do Comércio (OMC), para tentar reverter as tarifas, antes de adotar ações comerciais retaliatórias.
Nova Lei
A Lei da Reciprocidade Comercial estabelece critérios para respostas a ações, políticas ou práticas unilaterais de país ou bloco econômico que “impactem negativamente a competitividade internacional brasileira”.
A norma valerá para países ou blocos que “interfiram nas escolhas legítimas e soberanas do Brasil”.
No Artigo 3º do texto, por exemplo, fica autorizado o Conselho Estratégico da Câmara de Comércio Exterior (Camex), ligado ao Executivo, a “adotar contramedidas na forma de restrição às importações de bens e serviços”, prevendo ainda medidas de negociação entre as partes antes de qualquer decisão.
As vendas de seguro transporte no Brasil cresceram 6% em 2024, alcançando R$ 6,2 bilhões. O baixo nível de investimentos na economia, as mudanças regulatórias e as elevadas perdas causadas por sinistros relacionados a eventos climáticos explicam o desempenho inferior ao crescimento de dois dígitos observado nos últimos três anos. Ainda assim, especialistas mantêm um cenário otimista para 2025, com projeções novamente na faixa de dois dígitos.
“Investimentos em infraestrutura e logística, impulsionados pelo governo através de Parcerias Público-Privadas (PPPs) e concessões, devem melhorar significativamente a malha logística, aumentando o volume de cargas transportadas. A modernização das rodovias, portos e ferrovias tende a elevar a eficiência, reduzir riscos e, consequentemente, impulsionar a demanda por seguros de carga. A expansão industrial, especialmente no segmento de máquinas e insumos, estimula a busca por coberturas de seguros mais completas”, afirma Marcos Siqueira, diretor de transportes e equipamentos do grupo HDI.
Felipe Smith, diretor-executivo de produtos pessoa jurídica da Tokio Marine, segunda maior do segmento, acrescenta que o Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) anunciou previsão de aprovar até R$ 30 bilhões em financiamento para concessões rodoviárias em 2025. “Esse valor não apenas supera o ano passado como também reflete o potencial de crescimento desse setor no país.”
Adailton Dias, vice-presidente da Comissão de Transportes da Federação Nacional de Seguros Gerais (FenSeg), destaca o aumento do comércio internacional e do e-commerce como importantes impulsionadores do mercado: “Esses fatores vão movimentar mais cargas, gerando oportunidades para o seguro”.
Apesar de algumas regulamentações apresentarem desafios, especialmente no seguro de responsabilidade civil (RC) do transportador, elas também diversificam a demanda. A Lei nº 14.599/2023, publicada em 2023, tornou obrigatório o seguro de RC para transportadores de carga, mas só foi regulamentada em setembro de 2024, consolidando em uma única norma os seguros de RC dos transportadores de carga dos diferentes modais existentes. Ela também estabeleceu a obrigatoriedade da contratação do seguro por desaparecimento de carga. “Em parceria com a CNseg [Confederação Nacional das Seguradoras], estamos criando um banco de dados que permitirá à Secretaria da Fazenda monitorar as apólices de seguros obrigatórios de RC, agora obrigatórias, e com isso estimamos um aumento de até 30% nas contratações de seguros de RC”, explica Dias.
Segundo Smith, apesar do cenário desafiador, que deve persistir ainda neste ano, há uma demanda crescente pelo seguro transporte, especialmente considerando a entrada da nova legislação, que cria oportunidades. Siqueira, da HDI, faz coro. “Essa obrigatoriedade garante que os segurados contratem os seguros necessários, protegendo as mercadorias contra acidentes e roubos, assegurando a continuidade da cadeia de abastecimento e evitando a falta de produtos.”
Além dos desafios econômicos e regulatórios, os eventos climáticos extremos vêm impactando significativamente o setor. “Os recentes episódios de incêndios e enchentes, especialmente no Rio Grande do Sul, causaram grandes perdas às seguradoras. Isso criou um ambiente mais restritivo para grandes transportadores e embarcadores, com relatos de clientes enfrentando aumentos expressivos de preços, chegando a até sete vezes mais que o valor pago no ano anterior, acompanhados por restrições na aceitação de riscos”, informa Roberto Schimith, CEO da Insert, corretora especializada que atendeu mais de 800 clientes e intermediou indenizações superiores a R$ 28 milhões em 2024.
A Sompo, líder no segmento com 17% de market share, reforça que o segredo da sustentabilidade no longo prazo é investir em prevenção e gerenciamento de riscos por meio de inteligência artificial (IA). “Tecnologias que identificam padrões de risco, previnem sinistros e ajustam preços com precisão são fundamentais. Isso reduz significativamente os riscos e a sinistralidade, tornando o seguro mais eficiente”, diz Tatiana Pinheiro Kusaba, superintendente de transporte da Sompo, que monitorou cerca de 230 mil viagens e cargas no valor de R$ 132 bilhões em 2024. No ano passado, a companhia emitiu mais de R$ 1,05 bilhão em prêmios de seguro de transporte, alta de 5,83% em relação a 2023.
Os corretores afirmam que a tecnologia é a grande aposta do setor. “Investimentos em segurança e prevenção tornam o seguro mais atrativo. Com o Proteção 360 Alper Cargo, reduzimos roubos em até 50% e acidentes em 20% para nossos clientes”, conta Denis Teixeira, sênior vice-presidente de transportes e logística da Alper Seguros. Diego Zanini, diretor comercial da Wiz Corporate, acrescenta que a análise preditiva e o monitoramento com câmeras e IA são essenciais para antecipar e prevenir riscos em tempo real. Não só do seguro transporte, mas também de outros seguros importantes para os operadores logísticos. “Eles também demandam seguro garantia, patrimonial, máquinas e equipamentos, entre outros.”
A AEC – Associação de Empresários de Cariacica reuniu seus mantenedores nesta quinta-feira, 10 de abril, para um encontro executivo, no início da tarde, no Salão de Eventos do Transcares. Mais do que um almoço, foi uma oportunidade de reforçar conexões e ampliar o networking, e o dia de apresentar o Planejamento 2025 da AEC, com ações estratégicas voltadas para o desenvolvimento do ambiente de negócios e o fortalecimento das empresas associadas. Mantenedor da AEC, o Transcares se fez presente, representado pelo presidente, Luiz Alberto Teixeira, pelo superintendente, Mario Natali, e pelo gerente, Gustavo De Muner.
Transcares e AEC têm uma relação diferenciada e próxima desde a fundação da associação, em 2009. O escritório da associação funciona na sede do Transcares e esse detalhe na história das entidades foi destacado por Teixeira em sua fala de boas-vindas, na abertura do almoço. Além de saudar os demais convidados, o dirigente fez questão de ressaltar o relacionamento, a troca de ideias e o fortalecimento do nosso associativismo empresarial propiciados pela entidade.
“Transcares e AEC seguem um mesmo caminho. E juntos aos demais mantenedores, que assim como nós acreditam na força do coletivo, seguimos trabalhando, articulando, construindo conexões para uma atuação cada vez mais representativa, moderna e conectada às necessidades dos setores produtivos”.
Na última sexta-feira (04), a Polícia Rodoviária Federal (PRF) finalizou a terceira etapa da operação Descanso Legal, que fiscalizou o tempo de repouso dos motoristas do TransporteRODOVIáRIOde Cargas (TRC). A ação atuou em pontos estratégicos das rodovias federais, checando, por meio do cronotacógrafo, o tempo de condução dos operadores e o cumprimento do descanso estabelecido pela legislação, que é de 11 horas ininterruptas a cada 24 horas.
O projeto, que teve início em janeiro deste ano, tem ocorrido mensalmente e gerado discussões dentro do setor. Silvio Kasnodzei, presidente do Sindicato das Empresas de Transportes de Cargas no Estado do Paraná (SETCEPAR), afirma que o TRC é favorável à fiscalização, pois traz mais segurança a todos que trafegam nas rodovias, porém a questão que preocupa a entidade diz respeito à elaboração da lei na qual a fiscalização se baseia.
Segundo o dirigente, primeiramente, é necessário que os motoristas tenham estrutura nas rodovias para que eles consigam fazer o descanso adequado, com Pontos de Parada e Descanso (PPD) adequados ao longo do trajeto. “É difícil enxergar outras pessoas em atividades diferentes que possuam 11 horas de descanso ininterrupto. Além disso, não podemos obrigá-los a ficar parados em situações como calor extremo ou em locais de descanso precário, pois isso também pode prejudicar a sua saúde física e mental”, destaca.
A recente medida tem gerado impactos econômicos significativos ao setor de transporte, que encontra dificuldade em repassar os custos adicionais ao valor do frete. Os obstáculos afetam todo o território nacional, por isso sindicatos e federações do setor trabalham para encontrar alternativas legais que viabilizem o cumprimento das normas, sem comprometer um setor considerado essencial para a economia do país.
Em contrapartida, entidades do setor têm se manifestado favoráveis às 11 horas de descanso fracionadas, sendo 8 horas consecutivas de repouso e 3 horas a critério da necessidade de cada profissional. Todavia, em 2023, por meio da Ação Direta de Inconstitucionalidade (ADI) 5322, o Supremo Tribunal Federal (STF) declarou a prática inconstitucional.
Diante desse imbróglio, instituições como o SETCEPAR, a Confederação Nacional do Transporte (CNT) e a NTC&Logística estão se movimentando para elaborar uma sugestão de projeto público para reverter este cenário. “As transportadoras já estão operando de acordo com a lei, porém, se o trajeto do motorista tiver previsão de término em 1 hora, ele deve ter o direito de escolha se quer concluir para ir para casa descansar em condições melhores, sem ser forçado coercitivamente”, finaliza.
A CNT (Confederação Nacional do Transporte) lançou, nesta quarta-feira (9), a15ª edição do Especial CNT, cujo tema é A Reforma Tributária da EC n° 132/2023 à Lei Complementar n° 214/2025. A publicação consolida, em um único documento, as recentes modificações introduzidas por esses dois diplomas legais, detalhando as suas implicações para o setor de transporte.
Sancionada em janeiro, a LC nº 214/2025 regulamentou os dispositivos introduzidos na Constituição Federal de 1988 pela reforma tributária. Dessa forma, foi explicitado o funcionamento do IVA (Imposto sobre Valor Agregado), que substitui diversos tributos e se desdobra na cobrança do IBS (Imposto sobre Bens e Serviços) e da CBS (Contribuição sobre Bens e Serviços).
O Especial CNT dedica uma seção à análise da sistemática de crédito e débito, que atende ao princípio da não cumulatividade, segundo o qual a tributação incide apenas sobre o valor acrescentado em cada etapa do processo de produção ou comercialização. Garantiu-se, assim, o creditamento amplo, aplicado a todos os bens e serviços que foram tributados.
Há, ainda, uma reflexão sobre a figura do split payment, mecanismo em que o valor total de uma transação pago pelo adquirente é automaticamente dividido pela instituição de pagamento recebedora entre o Fisco e o vendedor ou o prestador. O documento pondera que a modalidade pode ajudar a combater a evasão fiscal, porém não produziu os efeitos desejados em alguns países onde foi adotado.
Sobre o transporte coletivo de passageirosRODOVIáRIOe metroviário, a CNT enfatiza a isenção de IBS e CBS para a prestação do serviço sob regime de autorização, permissão ou concessão. A previsão é considerada uma vitória do setor, uma vez que decorre da atuação institucional da Confederação, que demonstrou ao legislador a essencialidade do transporte público de passageiros.
Também há informações sobre a regulamentação da reforma com relação a combustíveis; novas regras para a compra de ônibus e caminhões, e o Regime Tributário para Incentivo à Atividade Naval (Renaval), entre outros assuntos de interesse do setor.
O acompanhamento institucional da reforma tributária pela CNT continuará ao longo do ano, uma vez que a LC nº 214/2025 será regulamentada por leis ordinárias e por outros atos normativos a serem expedidos por autoridades administrativas. Sempre que houver inovações, a CNT estará ao lado dos transportadores, apoiando as proposições mais benéficas.
O Sindicato das Empresas de Transportes de Cargas e Logística de Minas Gerais – SETCEMG vem a público alertar os embarcadores e destinatários sobre a necessidade de cumprimento rigoroso da legislação vigente quanto à contratação dos seguros obrigatórios e à cobertura dos custos de gerenciamento de risco no transporte rodoviário de cargas.
A Lei nº 11.442/2007, em seus artigos 13, 13-A e 13-B, estabelece que o transportador rodoviário de cargas deve obrigatoriamente contratar seguros de responsabilidade civil (RCTR-C) e realizar a averbação da carga, garantindo assim a cobertura de eventuais perdas ou danos causados à mercadoria transportada.
Ademais, o artigo 14 da mesma legislação determina que, quando o transportador não assumir essa responsabilidade, cabe ao embarcador contratar, por sua conta e risco, seguros que cubram perdas, avarias ou quaisquer outros prejuízos decorrentes do transporte.
É fundamental reforçar que a lei veda expressamente qualquer imposição, por parte dos contratantes dos serviços de transporte (embarcadores e equiparados), de seguradoras específicas ou planos de gerenciamento de risco determinados unilateralmente. Tal prática configura uma intervenção indevida na atividade do transportador e uma afronta à livre concorrência.
Além disso, a legislação é clara ao estabelecer que os custos relacionados à contratação dos seguros obrigatórios e à implementação de Programas de Gerenciamento de Risco (PGR) são inerentes à atividade de transporte rodoviário de cargas e devem ser considerados na composição do frete. É proibido, portanto, o repasse integral desses custos aos transportadores.
Diante desse cenário, o SETCEMG não tolerará o descumprimento das normas e atuará firmemente na defesa dos direitos dos transportadores rodoviários de cargas. Não hesitaremos em adotar todas as medidas cabíveis para garantir a aplicação da lei, cobrando das autoridades competentes uma fiscalização rigorosa e a devida sanção aos embarcadores que descumprirem suas obrigações legais.
Por isso, o SETCEMG orienta todos os transportadores a denunciarem irregularidades relacionadas à contratação de seguros e ao repasse indevido dos custos de gerenciamento de risco. As medidas necessárias serão adotadas, incluindo a busca pelo ressarcimento de valores pagos indevidamente.
O SETCEMG reafirma seu compromisso com a categoria e se coloca à disposição para auxiliar os transportadores na defesa de seus direitos. O cumprimento da legislação não é apenas uma obrigação legal, mas também uma garantia de segurança e equilíbrio nas relações do setor de transporte rodoviário de cargas.
Sindicato das Empresas de Transportes de Cargas e Logística de Minas Gerais – SETCEMG
Encontro presencial acontece no dia 7 de maio, em Brasília, e vai reunir empresárias, executivas e lideranças do transporte para debater inclusão e diversidade
Estão abertas as inscrições para o evento Mulheres no Transporte – Trajetórias que inspiram, que será realizado na tarde de 7 de maio, na sede do Sistema Transporte, em Brasília (DF), em formato presencial. O encontro, que acontece, das 14h às 19 horas, reunirá lideranças femininas de todos os modais do setor – RODOVIáRIO, ferroviário, aquaviário e aéreo –, além de autoridades e representantes de diversas áreas.
O encontro tem como propósito promover a troca de experiências, incentivar parcerias estratégicas e engajar empresas e lideranças na ampliação da presença feminina no transporte. Integrado à agenda institucional do Sistema Transporte, o evento foi pensado para reconhecer e valorizar o papel das mulheres em um setor historicamente marcado pela predominância masculina.
Atualmente, as mulheres representam 17,8% dos trabalhadores das empresas de transporte no Brasil, o que equivale a cerca de 390 mil vínculos ativos, segundo o CAGED (Cadastro Geral de Empregados e Desempregados, 2024). No âmbito do Sistema Transporte, o Censo 2023 da instituição aponta avanços importantes: 57% do quadro de pessoal é formado por mulheres e 55% dos cargos de liderança são ocupados por elas, com equidade salarial entre homens e mulheres em funções equivalentes.
A abertura do evento contará com a presença do presidente do Sistema Transporte, Vander Costa; da diretora nacional do SEST SENAT, Nicole Goulart; da diretora executiva adjunta da CNT, Fernanda Reende, e da diretora adjunta do ITL, Eliana Costa.
Estão previstas conversas com mulheres que são referência no transporte e em áreas estratégicas do mercado. Além dos painéis, o evento contará com a apresentação de iniciativas que fortalecem a participação feminina no setor, como A Voz Delas, da Mercedes-Benz, e Vez & Voz – Mulheres no TRC. Ao final, o evento promoverá um momento de networking entre as participantes com um coquetel.
Documentos, frota, escritório, registro, seguro e mão de obra estão entre os itens obrigatórios para quem deseja abrir uma transportadora. Porém, para além desse “combo”, existe outro cuidado que não pode ser esquecido pelo empreendedor: a saúde financeira da empresa! Mantê-la exige, dentre outras coisas, monitoramentode receitas e despesas, gestão de fluxo de caixa, redução de custos e planejamento financeiro. E não é que o Transcares acaba de receber em seu quadro de Mantenedores a Ventura Invest, empresa especializada na aquisição de direitos creditórios e cujo foco é justamente preservar a saúde das finanças das transportadoras associadas? Ponto para o segmento do TRC!
Unindo-se ao Transcares, a Ventura Invest tem grandes planos. Sua expectativa é ampliar em 5 ou 6% o volume de negócios a partir da parceria com o sindicato, iniciada há pouco mais de um mês. Das soluções que oferece ao mercado, a grande aposta é no FIDC – Fundo de Investimento em Direitos Creditórios, tipo de investimento em renda fixa que aplica recursos em títulos de crédito de empresas.
Grupo Capixaba com dez anos de existência, atua em todo território nacional, oferecendo soluções de crédito para diversos segmentos e atendendoàs necessidades específicas de cada área de atuação. A expertise dos gestores abrange setores do comércio eserviços até indústria e agronegócio.
“Nos tornamos mantenedor do Transcares porque percebemos sinergia entre o que propomos e a realidade do segmento. Por meio da antecipação de recebíveis, as empresas conseguem antecipar e melhorar o fluxo do caixa, e uma boa notícia é o fato de que a nossa taxa de antecipação é bastante competitiva”, ressalta o economista estrategista e presidente do Conselho Consultivo do Grupo Ventura Invest, Adalberto Caetano, que diz estar sendo muito bem recebido no segmento do transporte de cargas e logística. “Participamos do primeiro Almoço Executivo do Transcares, quando nos apresentamos e divulgamos nossos produtos, serviços e soluções, e a primeira impressão que tivemos foi muito boa”.
Considerado uma estratégia inteligente para pequenas e médias empresas, o FIDCotimiza a gestão financeira de uma empresa, permite investimento em ampliações, insumos e tecnologias de precisão, e está em alta! O fundo é uma das classes de ativos que mais cresce no País e tem se mostrado uma alternativa competitiva ao crédito bancário tradicional.
“O FIDC se tornoucompetitivo e um dos motivos é o fato de permitir às empresas acessar capital de giro rapidamente”, justifica Adalberto.
Além da Antecipação de Recebíveis, o Grupo Ventura Invest oferece outras soluções – Financiamento a Fornecedores, Operações Estruturadas de Crédito, Conta Escrow, CCB – Cédula de Crédito Bancário, Antecipação de Cartão de Crédito e Conta DigitalVentura Bank.
Presidente do Transcares, Luiz Alberto Teixeira faz um "overview" do TRC&Log em entrevista ao programa Em Destaque, da TV SIMN/SBT. Ele fala da atuação do sindicato, da posição e do momento privilegiado do ES, que têm relação direta com o excelente momento logístico do Estado, dos desafios da infraestrutura capixaba e da Modal Expo 2025. Vale a pena conferir o bate-papo com o jornalista Fábio Botacin.
Apesar da queda nas novas adesões, aumentos expressivos no volume de créditos, tíquete médio e contemplações reforçam expectativa de crescimento de 10% no ano, segundo a ABAC
As vendas de novas cotas de consórcio para veículos pesados recuaram 24,3% no primeiro bimestre de 2025, em comparação ao mesmo período do ano passado. De acordo com dados da Associação Brasileira de Administradoras de Consórcios (ABAC), foram comercializadas 29,51 mil cotas entre janeiro e fevereiro deste ano, ante 38,96 mil no mesmo intervalo de 2024.
Apesar da retração nas adesões, o setor já dá sinais de recuperação. Em fevereiro, o volume de vendas superou o de janeiro, indicando uma possível retomada gradual da confiança do consumidor. Esse movimento estaria ligado ao início do calendário econômico, à estabilização de indicadores macroeconômicos e a uma leve melhora na percepção de risco por parte do comprador.
Segundo o presidente da ABAC, Paulo Roberto Rossi, o cenário exige análise cuidadosa, mas os fundamentos são favoráveis. “O consórcio é sempre uma alternativa para quem quer fugir dos juros. Para 2025, entendemos que a trajetória das vendas de cotas seguirá ascendente, convergindo para nossa previsão de crescimento de 10% em relação a 2024”, afirma.
Mesmo com a redução no número de novos consorciados, outros indicadores do setor apontam para um desempenho robusto. O volume de créditos comercializados cresceu 3% no bimestre, passando de R$ 6,24 bilhões para R$ 6,43 bilhões. Já o tíquete médio atingiu R$ 236,97 mil em fevereiro, um salto de 30,3% frente ao mesmo mês de 2024.
Outro destaque foi o avanço nas contemplações: 19,04 mil consorciados foram contemplados nos dois primeiros meses deste ano, uma alta de 38,1%. O volume de créditos disponibilizados para aquisição de bens cresceu ainda mais – 78,3% –, alcançando R$ 4,10 bilhões.
Participantes ativos e comportamento do consumidor
O número de participantes ativos no sistema também avançou 10,4%, chegando a 870,32 mil, o que demonstra a resiliência do setor. “Enquanto em 22 dias úteis de janeiro somamos 14,68 mil cotas, em fevereiro, com 20 dias úteis, houve um crescimento de 1%, com 14,83 mil cotas. Quando comparamos os meses de fevereiro de 2025 e 2024, o aumento foi de 28,4%. Isso confirma que a retomada já começou”, afirma Rossi.
Para o dirigente da ABAC, o comportamento recente reflete uma mudança no perfil do consumidor, principalmente no setor de transporte e agronegócio. “Historicamente, o consórcio tem sido a melhor alternativa para aqueles que buscam renovar ou ampliar suas frotas. É um mecanismo de autofinanciamento que preserva a isonomia entre seus participantes, com custos mais baixos e regras claras.”
Rossi explica que os dados do início do ano já incorporam a dinâmica de setores-chave como o agronegócio, que caminha para uma safra recorde em 2025. “Com mais crédito do Plano Safra e maior demanda por transporte, o uso de consórcios deve aumentar. Isso também impulsiona negócios em outros segmentos da economia”, avalia.
Mesmo com juros elevados, o consórcio segue sendo uma alternativa viável para planejamento financeiro. “Independentemente da conjuntura econômica, o consórcio sempre foi uma boa estratégia para o segmento transportador. Como não possui juros – apenas taxa de administração –, é ideal para quem se planeja e busca trocar de veículo com previsibilidade e menor custo”, conclui o presidente da ABAC.
No cenário desafiador das últimas chuvas intensas que atingiram diversas regiões do país, a Agência Nacional de Transportes Terrestres (ANTT) reforça sua atuação firme, técnica e coordenada para garantir a segurança dos usuários e a fluidez no tráfego das rodovias federais concedidas.
Neste domingo (6/3), a ANTT reforçou seu trabalho permanente por meio do Comitê de Monitoramento Climático, que atua de forma integrada com as concessionárias de rodovias para acompanhar de perto os impactos dos eventos climáticos extremos.
O trabalho envolve o Centro Nacional de Supervisão Operacional (CNSO) da ANTT, que mantém conexão direta com os centros de controle das concessionárias, além das equipes de fiscalização que atuam em campo. Esse modelo de atuação em rede permite não apenas acompanhar a situação em tempo real, como também garantir respostas rápidas em momentos críticos.
Interdições ativas: atenção redobrada em trechos críticos
Atualmente, estão ativas três interdições em rodovias sob concessão federal, todas motivadas por eventos climáticos:
BR-116/RJ (Serra de Teresópolis – Ecoriominas):dois trechos permanecem com interdição total entre os Km 93, 121 e 115; Km 116 desde as 12 horas do dia 5 de abril. O bloqueio foi causado por deslizamentos e queda de vegetação e pedras.
Até o momento, não há previsão de liberação informada pela concessionária.
O trecho segue sendo monitorado continuamente.
BR-381/MG (Camanducaia – Autopista Fernão Dias):a interdição parcial entre os Km 908 e 924, iniciada em janeiro deste ano, continua vigente, com tráfego liberado em apenas uma das faixas.
Interdições solucionadas: atuação eficaz e resposta rápida
A ANTT também informa que, graças à atuação integrada com as concessionárias, duas ocorrências registradas no sábado (5) já foram resolvidas:
BR-101/RJ (RioSP):os trechos entre os Km 542 a 428,5, afetados por acúmulo de água e deslizamentos, foram totalmente liberados no mesmo dia, às 18h30.
BR-040 (Duque de Caxias – CONCER):a interdição causada por bolsões d’água no Km 113 foi resolvida e o tráfego restabelecido às 18 horas do dia 5.
Segurança como prioridade
A atuação da Agência está cada dia mais conectada, proativa e orientada pela gestão de riscos, com foco na segurança dos usuários.
A ANTT também mantém atualizações constantes sobre as condições das rodovias em seus canais oficiais e reforça a orientação para que motoristas evitem os trechos interditados e respeitem as sinalizações. A segurança viária é uma construção coletiva – e começa pela informação precisa e pela ação rápida.
Fonte: ANTT
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